Inflação de maio em Campo Grande fecha com alta de 0,61%

08/06/2015 12:00

Resultado é o menor do ano, mas ainda considerado alto para o mês; alimentação volta a ser o grupo com maior influência

Gilmar Hernandes

A inflação de maio em Campo Grande registrou aumento de 0,61%, um índice alto para o mês, mas abaixo da inflação de abril, que foi de 1,12%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Universidade Anhanguera-Uniderp. A inflação acumulada de 2015 está em 6,29%, acima do centro da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano, que é de 4,5%.

Segundo o coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza, o índice de preços do grupo Alimentação foi o que se apresentou o mais forte em maio. Com aumento de 1,30% em relação ao mês anterior, o número impactou a inflação em 0,27%. Os produtos que apresentaram um maior aumento de preços dentro do grupo foram: abobrinha 58,73%, couve-flor 51,88% e cebola 36,54%. Enquanto isso, alimentos como limão, beterraba e chuchu tiveram queda de (13,04%), (10,03%), (8,99%) respectivamente.

“O grupo Alimentação sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. Alguns produtos aumentam de preços ao término da safra, outros diminuem ao início. A carne bovina continua com preços indefinidos. Muitos consumidores certamente estão migrando para as carnes suínas e de frango, que estão com valores mais atraentes”, observa.

Os grupos pesquisados que registraram alta da inflação foram: Alimentação (1,30%), Saúde (1,08%), Educação (0,96%), Vestuário (0,55%), Transportes (0,44%) e Habitação (0,25%). Apenas o grupo de Despesas Pessoais ajudou a conter o índice no mês passado (-0,06%).

Conforme o pesquisador, em maio a inflação na Capital começou recuar, apesar da inflação acumulada no ano de 2015, ter tido um pequeno acréscimo devido a inflação do ano passado no mesmo período (0,58%). “A tendência da inflação em Campo Grande, desde o mês de maio, é de baixa, no sentido da inflação acumulada no ano, aproximando do teto estabelecido pelo CMN, que é de 6,5%. Certamente, não atingiremos os 6,5%, mas há uma tendência de aproximação desse índice”, explica.

Inflação acumulada – A inflação acumulada deste ano de 2015 está em 6,29%, acima do centro da meta do CMN para o ano de 2015, que é de 4,5%. Nos últimos 12 meses foi registrada inflação de 8,67%, também acima do topo da meta inflacionária estabelecida pelo CMN, de 6,5% e muito além do centro da meta que é de 4,5%.

Neste ano, em Campo Grande, destacam-se com as maiores inflações acumuladas os grupos: Habitação (9,83%), Educação (7,82%) e Transportes (7,60%), com inflações acumuladas superiores à inflação acumulada de 2015, de 6,29%. Nos últimos 12 meses, as maiores inflações acumuladas na Capital, por grupo, foram: Transportes (12,73%), Habitação (10,64%), Despesas Pessoais (9,61%) e Alimentação (9,32%). O grupo Vestuário está com deflação acumulada em 2015 e em doze meses, de (-0,79%) e (-0,12%), respectivamente.

Com o menor resultado do ano, Souza ressalta que a expectativa é que para os próximos meses a inflação em Campo Grande continue a recuar, apesar do aumento de água e esgoto, de 8,35%, já concedido pelo governo municipal para vigorar a partir do mês de julho (Decreto Municipal nº 12.644).

Os dez mais e os dez menos do IPC/CG – Os responsáveis pelas maiores contribuições para a inflação do mês de maio foram: diesel (0,06%), blusa (0,04%), papelaria (0,04%), cebola (0,03%), calça comprida feminina (0,03%), acém (0,03%), calça comprida masculina (0,02%), aluguel apartamento (0,02%), bebidas não alcoólicas (0,02%) e paleta (0,02%).

Já os dez itens que mais ajudaram a segurar a inflação nesse período com contribuições negativas  foram: tênis (0,04%), feijão (-0,01%), sandália/ chinelo masculino (0,01%), amaciante de roupas (0,01%), maracujá (0,01%) e cenoura (0,01%).

Segmentos

De acordo com o pesquisador, o grupo Despesas Pessoais apresentou em maio uma pequena deflação em seu índice, da ordem de (-0,06%). Alguns produtos/serviços desse grupo que tiveram aumentos de preços foram:  xampu 2,37%, fio dental 0,82% e produto de limpeza de pele 0,10%. Quedas de preços ocorreram com absorvente higiênico (-2,59%), protetor solar (-1,25%) e creme dental (-0,76%).

O grupo Saúde apresentou em maio uma forte alta em seu índice, de 1,08%.  Todos os produtos pesquisados neste grupo tiveram aumentos de preços, como: material para curativo 14,4%, anticoncepcional e hormônio 4,91%, analgésico e antitérmico 3,88%, vitamina e fortificante 3,75%, entre outros, com menores aumentos de preços.

No grupo Vestuário, houve uma moderada alta em seu índice, de 0,55%. Aumentos de preços que ocorreram neste grupo foram: blusa 3,79%, bermuda e short feminino 2,82%, sapato feminino 2,67%, entre outros com menores aumentos. Quedas de preços ocorreram com: sandália/chinelo masculino (-7,94%), tênis (-4,35%) e camisa masculina (-0,03%).

O grupo Educação apresentou em maio uma moderada inflação em seu índice, de 0,96%, devido a aumentos de preços de produtos de papelaria de 5,31%. Já no grupo Transportes, houve uma alta em seu índice da ordem de 0,44% devido aos aumentos de preços do diesel 2,23% e pneu novo de 0,43%.

Dos quinze cortes de carnes bovinas pesquisados pelo NEPES, quatro deles sofreram quedas de preços, a saber: lagarto (-1,65%), fígado (-1,11%), contrafilé (-0,79%) e coxão mole (-0,34%). Aumentos de preços ocorreram com 11 cortes, sendo os cortes com maiores aumentos: paleta 6,88%, filé mignon 6,23%, vísceras de boi 3,79%, entre outros com menores aumentos de preços. O frango resfriado teve aumento de preço de 2,48% e miúdos, alta de 0,72%. Quanto à carne suína, tiveram aumentos de preços a costeleta 6,58% e a bisteca 5,34%, queda de preço ocorreu com o pernil (-0,25%). As carnes de frango e suína, com preços baixos, continuam sendo boas opções para a substituição da carne bovina que está com preço ainda muito alto.

IPC/CG – O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC / CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O Índice busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Universidade Anhanguera-Uniderp divulga mensalmente o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande.