Justiça nega revogação da prisão de procuradora acusada de maus-tratos no Rio
O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal do Rio, negou nesta quinta-feira o pedido de revogação da prisão da procuradora aposentada Vera Lúcia de Sant'Anna Gomes, acusada de torturar uma menina de 2 anos que estava sob sua guarda para adoção.
O pedido foi feito hoje pelo advogado da procuradora, Jair Leite Pereira, sob o argumento de que a acusada não está causando impedimentos ao andamento do processo, tem endereço fixo e não possui antecedentes criminais. De acordo com o juiz, o pedido não foi acolhido porque permanece inalterado o contexto da decretação de sua prisão preventiva na última quarta-feira (5).
"A apresentação da ré ao juízo, após o interregno de uma semana desde a expedição do mandado prisional em seu desfavor, não tem o condão de afastar o periculum libertatis resultante dos elementos coligidos aos autos, notadamente no que tange a preservação de uma isenta colheita de provas e à garantia da ordem pública", afirmou o juiz.
O magistrado afirma também que a soltura da procuradora pode prejudicar a colheita de provas. "O que se extrai dos autos é um risco premente tanto quanto à escorreita colheita de provas --em razão dos relatos de intimidação exercida contra testemunhas presenciais dos fatos-- quanto à ordem pública, diante da denúncia de maus-tratos perpetrados contra outra criança, ficando aparente a reiteração de condutas criminosas pela acusada".
Gomes foi presa na manhã de hoje ao se entregar à 32ª Vara. Em seguida foi até a Polinter, no Andaraí (zona norte), de onde saiu de furgão para fazer exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) de São Cristovão. A procuradora foi novamente hostilizada por um grupo de pessoas que estava em frente ao prédio.
Após o exame no IML, a procuradora irá para o presídio Bangu 8, que possui carceragem feminina. Segundo o advogado, ela ficará em uma cela especial individual.