ONU pede ao Hamas que pare com execuções de suspeitos de ajudar Israel
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navy Pillay, pediu nesta sexta-feira às autoridades do grupo islâmico radical palestino Hamas que parem com as execuções de palestinos suspeitos de colaborar com Israel.
"Estou profundamente preocupada com estas execuções, e com a possibilidade de outras ocorrerem", disse a alta comissária da ONU, em comunicado.
Dois palestinos foram condenados por um tribunal militar na faixa de Gaza, comandada pelo Hamas, por colaborar com Israel. Eles foram executados na primeira aplicação da pena de morte em território palestino desde 2000.
Pillay assinalou que é "extremamente decepcionante que o Hamas tenha voltado ao uso desse tipo de ação".
Além disso, expressou surpresa diante da existência de relatórios não oficiais que apontem vários prisioneiros candidatos a enfrentar em breve execuções.
O escritório da ONU soube na quarta-feira (14) que as autoridades do Hamas procuraram as famílias de vários condenados à morte para avisá-los que podiam visitar pela última vez seus familiares.
"Peço ao Hamas que reconsidere sua postura e mostre respeito à condenação da comunidade internacional à pena de morte, e suspenda seu uso em Gaza", ressaltou Pillay.
Da mesma maneira, acrescentou que a pena de morte só pode ser imposta por um tribunal com garantia de justiça e devidamente constituído, "o que é praticamente impossível nas atuais circunstâncias em Gaza".