Rio alerta população contra aumento de doenças devido aos temporais
A Secretaria da Saúde da cidade do Rio divulgou nesta sexta-feira uma série de medidas e recomendações para evitar a contaminação da população por doenças transmissíveis pela água e por alimentos contaminados em decorrência das chuvas dos últimos dias. Até a manhã de hoje 182 pessoas tinham morrido devido aos temporais.
De acordo com a pasta, depois de chuvas e inundações é comum o registro de doenças causadas pelo consumo de água contaminada, como diarreia, cólera, hepatite A e problemas intestinais. Os períodos de incubação variam entre algumas horas, no caso das diarreias, até semanas, como nas infecções do intestino.
Além disso, são frequentes ainda casos de leptospirose, causada pelo contato com água ou lama contaminadas pela urina de ratos. Os principais sinais e sintomas são febre, dor de cabeça e dores no corpo, em particular nas panturrilhas. Já o tétano pode ocorrer pela perfuração feita por arames e pregos, especialmente os enferrujados.
Para prevenir esse contágio, a secretaria pede que as pessoas evitem o contato com a lama e as sujeiras trazidas pelas águas das enchentes, e proíbam as crianças de brincar com estas águas. Em casos de ferimentos, a pessoa deve lavar a parte afetada com água limpa e sabão.
As pessoas também não devem consumir alimentos embalados em plástico, papel, papelão ou qualquer outra embalagem que absorva umidade e tenha tido contato com as águas contaminadas. Também não deve consumir água sem tratamento ou de procedência duvidosa.
Durante a limpeza, lave bem o chão, as paredes e os utensílios domésticos atingidos pela água da enchente com sabão e água sanitária, bem como as roupas molhadas por essa água. A pasta ainda ressalta para o uso de luvas e botas no manuseio desses objetos e para a realização da limpeza.
"Caso tenha animais de estimação (cães, gatos e outros), o dono deve retirar e lavar os vasilhames de alimento do animal todos os dias antes do anoitecer, pois eles também podem ser contaminados pela urina do rato", acrescenta a secretaria.
A pasta alerta ainda que durante as inundações, animais peçonhentos como serpentes, escorpiões, aranhas, lagartas e até alguns tipos de peixes passam a procurar alimentos e abrigo nas proximidades das casas, trazidos pelo transbordo dos rios e canais.
Vítimas
O Corpo de Bombeiros do Rio confirmou na noite de ontem mais duas mortes provocadas pelas chuvas que atingem o Estado desde a tarde de segunda-feira (5). Com isso, o total de mortes no Estado chega a 182. A maioria das vítimas foi registrada em Niterói (107). Também há mortes na cidade do Rio (55), em São Gonçalo (16), em Magé (1), em Nilópolis (1), em Petrópolis (1) e na região de Paracambi (1).
As chuvas também já fizeram com que mais de 14 mil pessoas deixassem suas casas em todo o Estado, segundo levantamento da Defesa Civil. Desse total, mais de 11,4 mil pessoas são desalojadas --estão em casas de parentes e amigos-- e outras 3.200 estão desabrigadas, ou seja, dependem de abrigos públicos.